sábado, 30 de maio de 2009

Projeto sobre restauração do mural de D.J. Oliveira nas escolas


O projeto sobre a restauração do mural da UFG, de D.J. Oliveira, localizado no Prédio da antiga Reitoria, Campus I, da Universidade Federal de Goiás, está sendo olhado com o olhar da licenciatura. Os principais aspectos do projeto são: orientação do professor, para a problemática da conservação; palestras com os professores, nas escolas de ensino básico; elaboraçao e divulgação de material didático para trabalho nas escola e fonte de pesquisa.
Buscamos centrar o trabalho no professor, já que este é um formador de opinião. O projeto, agora, visa chegar aos alunos numa linguagem fácil e acessível. Então, está em construção. Todo o trabalho de pesquisa será acompanhado de ilustrações, originadas do acompanhamento do processo de recuperação da obra. Porém, ainda não se definiu em que modo será apresentado o resultado final. Há a hipótese de ser um vídeo (que pode ser postado no youtube), ou um folheto, num formato de HQ's. As ilustrações serão feitas por mim e já estão em anadamento, faltando apenas algumas definição.

Curta biografia de D.J. Oliveira e o mural



Aqui está uma breve biografia de D.J. Oliveira, que está presente no projeto original, realizado pela profa. Dra. Edna de Jesus Goya, sobre a restauração do mural da Universidade Federal de Goiás.
"DJ Oliveira nasceu em Bragança Paulista, SP, em 1932, mas tornou-se um goiano por escolha ao eleger a capital do Estado para a sua morada e Goiás como o seu território. Em Goiás planejou e produziu toda a sua obra, em Pintura, Mural e Gravura. Ao se mudar para Goiânia muda não apenas de lugar para outro – de São Paulo para Goiás –, mas também os rumos de sua produção, ao abandonar a Arte Aplicada e optar pelas artes plásticas. Em Goiânia passa a se dedicar exclusivamente à pintura, à gravura e aos murais. A cidade, assim como Goiás, se torna a fonte provedora da matéria. De Goiás retira o repertório temático e o material para a criação de sua obra. A cidade e os seus ateliês se tornam os seus espaços de criação. Da cidade DJ Oliveira retira a matéria.
Na cidade reside, colhe e filtra pelo seu olhar a matéria e produz a obra. Retira as temáticas, o material para produzir a gravura, retira e cria as personagens e produz cenários para que neles elas atuem. Em Goiás D. J. Oliveira produz as suas narrativas visuais.
Na cidade Oliveira colhe a matéria para criar, mas a seleciona e a transforma, pela percepção, o material. Recria as técnicas de gravura em metal pela prática da gravura em ferro. Redimensiona seu percurso de vida e também o criativo, ao apreender novas formas de percepção do espaço e inserir neles figuras, produzindo pinturas, gravuras e murais.
A luminosidade denunciada através do auto-retrato, pintado em 1960, evidencia as marcas da mudança de DJ Oliveira, de São Paulo para Goiás. DJ Oliveira leva para suas obra partes de sua nova cidade. Apreende a cultura da cidade para produzir a obra, estabelece com ela novos diálogos, pois esta é a sua forma de inserção no novo espaço. Pela sua obra, pelos murais interfere e altera os espaços da cidade estabelecendo com ele novos diálogos ao devolver a ela suas grandes obras, a exemplo dos murais do Colégio Maria Auxiliadora, situado à Praça do Cruzeiro, no Setor Sul da cidade de Goiânia; do mural do Clube Ferreira Pacheco e do Mural da Praça Universitária, situado no antigo prédio da Reitoria da UFG.
O Mural foi, estrategicamente pensado, na época, para ser situado em um dos espaços mais importantes da UFG, conseqüentemente na capital de Goiânia – na Praça Universitária. Nos anos de 1960 e 1980, a Praça Universitária representava o centro das atenções da nova capital do Estado, pois lá estavam situadas as duas maiores Universidades de Goiás; a UCG e a UFG. A criação das Universidades representaria os novos rumos do Estado: social, econômico, cultural e os valores da sociedade que antes centrada no aspecto rural, voltava-se para a cultura urbana. As duas Universidades representaria a mudança de direções de Goiás.

ASPECTOS QUE MARCARAM A SINGULARIDADE DE DJ OLIVEIRA

Nasce em Bragança Paulista, SP, 14 de Novembro de 1932 e falece em Goiânia em 23 de setembro de 2005.

1946 a 1955 - Convive com artistas da Fundação Armando Álvares Penteado, sendo orientado por Laurindo Galante, escultor e professor do Liceu de Artes e Ofícios e da Escola Técnica Getúlio Vargas. Com o grupo de Galante, denominado Grupo do Braz, tem aulas de Desenho (1948 e 1949). Através desse grupo conhece Francisco Priori, que o apresenta a Volpi. Esse o apresenta ao Grupo Santa Helena, em 1949.


1942 - Faz suas primeiras experiências, em pintura a têmpera, em sua cidade, e se torna ajudante de Caetano Corrêa, cartazista de cinema, pintor e decorador.

1943 - Inicia a pintura a óleo, em estilo natural, com Luís Gualberto, pintor paisagista de sua cidade.

1946 - Muda-se para São Paulo, capital, e começa trabalhar com Florêncio Caruzo, pintor e artesão, especializado em decoração de paredes.

1954 - Conhece Luciano Maurício, cenógrafo do Ballet do IV Centenário, com quem aprende conceitos de cenografia e o introduz na arte moderna e nos estúdios da TV Tupi, onde trabalha por alguns anos.

1956 – Muda-se para Goiânia – GO, e recomeça o trabalho de artes aplicadas: pinturas de parede, placas de anúncios, cenários. Na cidade, retoma o trabalho artístico iniciado em São Paulo.

Em 1956 – Funda o primeiro Ateliê Livre e coletivo de pintura moderna do Estado. Desse grupo de artistas participaram os pintores Juca de Lima, Agostino de Souza, Siron Franco, Roosevelt, Wasnhington Honorato e Amaury Menezes. Depois, Isa Costa, Ana Maria Pacheco, Vanda Pinheiro e outros.

1958 - É apresentado ao Diretor do Teatro de Emergência, João Bennio, por Batista Custódio e, com ele, realiza seu primeiro cenário na cidade de Goiânia para Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues.


1959 - Inaugura o teatro de Emergência de Bennio com o cenário da peça A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo.

Em 1964 funda, juntamente com outros artistas, o primeiro Ateliê Livre da EGBA.

Em 1967 – Realiza, juntamente com uma de suas alunas, Grace Maria Machado de Freitas, as primeiras experiências em calcografia (Gravura em metal): desenha, grava em ponta-seca e imprime, na EGBA, a primeira matriz em metal usando chapa de latão.

1961 - Pelo trabalho como cenógrafo e, por meio dessa peça, é convidada por Luiz Curado a integrar o grupo de professores da Escola Goiana Belas Arte (EGBA). Na escola, começa a ensinar desenho, pintura e gravura em madeira.

De 1961 – Introduz na EGBA a Disciplina Modelo Vivo.

1967 – Na EGBA inicia experiências de Gravura, em Metal, e lança o seu primeiro álbum de xilogravuras.

De 1961 a 1972 – Atua, na EGBA, como professor das disciplinas Desenho de Modelo Vivo, Pintura e Gravura.

1968 e 1969 – Na condição de professor da EGBA e de bolsista, visita, na Europa, países como a Holanda, a França, a Itália, a Inglaterra, a Suíça, a Espanha e a Bélgica. Tal fato contribuiu para que o artista fizesse uma revisão geral de seus conceitos sobre arte e, especialmente, sobre gravura, que até então se limitava à xilografia. Conhece os dos grandes artista Modernos como Giotto, Goya e Picasso.

1972 – Deixa a EGBA da Universidade Católica de Goiás (UCG) e passa a se dedicar exclusivamente a arte: aos murais, pintura e gravura. Em 1972 com base em um modelo francês, visto pelo artista em um ateliê da cidade de Madrid (Espanha) constrói sua prensa de gravura em metal. É a terceira de Goiás porque Vanda Pinheiro já havia montado seu ateliê de gravura em metal.

Em 1981 – Abandona a gravura.

Além de sua imensa produção artística e participação em inúmeros eventos artísticos (salões de arte) D. J. Oliveira tem importante papel no ensino de arte ao ensinar pintura, desenho e gravura na primeira Escola Goiana de Belas Artes (EGBA). O artista é o primeiro gravador em metal de Goiás ao imprimir em chapa de latão em 1967. Contribui para a formação de vários artistas goianos, a exemplo, Siron Franco (aluno do Curso Livre de Artes da EGBA), Ana Maria Pacheco e Isa Costa, alunas regulares da Escola Goiana de Belas Artes, e José César, Dinéia Dutra e Vanda Pinheiro, e outros artista, freqüentadores de seus ateliês".

A prof. Dra. Edna Goya tem a mais completa pesquisa sobre a obra de D. J. Oliveira e desenvolve o projeto que acompanha a restauração do Mural da UFG, realizado por D. J. Oliveira.

Fotografia de D(irso) J(osé) Oliveira: Ateliê de Luziânia, GO - Foto registrada por Edna Goya – 2005

Exposição "Modernismo em Goiás e Ocupação"


Visitei esta exposição, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC), nesta semana. Foi muito bom ver a exposição, especialmente depois de tantos contra-tempos, inclusive da tentativa de fechamento do MAC. Foi bastante positivo o museu apresentar uma nova exposição. Para quem quiser ver de perto algumas obras de D.J. Oliveira essa é uma boa oportunidade. Na exposição também há obras de João Câmara, Clovis Graciano, Alfredo Volpi, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Siron Franco, Ana Maria Pacheco, Marcelo Grasmann, Nazareno Confaloni, Maciej Babinsk, Carlos Scliar e Cleber Gouveia. Todas as obras são do acervo do MAC. O texto do catálogo é da profa. Dra. Edna de Jesus Goya, que acompanha o processo de restauração do mural, da UFG, de D.J. Oliveira.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mural D.J. Oliveira

"A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÕNIO ARTÍSTICO CULTURAL NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE ARTE ATRAVÉS DA RECUPERAÇÃO DO MURAL DA UFG, DE D. J. OLIVEIRA"

Neste Blog iremos acompanhar a restauração do mural do artista D.J. Oliveira localizado no Campus I da Universidade Federal de Goiás. Este projeto é encabeçado pela Profa. Dra. Edna de Jesus Goya, da Faculdade de Artes visuais da UFG. Como o próprio texto da introdução do projeto diz "A preocupação da pesquisa não é estudar restauração, mas por meio da recuperação do Mural da UFG, de D. J. Oliveira, produzir material teórico-prático para discutir com os alunos e interessados pelo assunto sobre conservação e recuperação do Patrimônio Artístico e Cultural. Por meio da recuperação do Mural queremos sistematizar conhecimentos sobre formas de conservação e recuperação de obras de artes para discutir com os futuros arte-educadores sobre os temas. Esses conteúdos são entendidos como Elementos de Museologia, considerados por nós como de fundamental importância para a formação do professor de arte. Queremos produzir material didático para trabalhar com os alunos do Curso de Artes Visuais – Licenciatura, professores e alunos de escolas públicas: estadual ou municipal. O objetivo da pesquisa é a produção de material didático para incentivar a comunidade escolar para a preservação do patrimônio artístico-cultural da UFG e da cidade de Goiânia e para sociedade futura".
Estará postado também as atualizações da pesquisa, como visitas à escolas para divulgação do projeto e também atividades desenvolvidas pelo projeto.